Na última esquina antes de eu virar para a minha rua, existe um jardim um tanto congestionado. A impressão é de que um jardineiro plantou uma variedade de árvores na frente da casa, anos antes, sem pensar no seu tamanho em idade adulta, e elas agora cresceram a ponto de seus galhos se entrelaçarem. Em particular, duas árvores de bordo cresceram, ficaram eretas e fortes, e seus galhos se uniram para formar uma copa só – isto é, a maior parte do ano. Quando o outono chegou no ano passado, de repente notei que havia, de fato, duas árvores distintas. As folhas de uma adquiriram um tom amarelo vivo, enquanto a outra continuava com o verde do verão, e quando chegou a sua vez de se cobrir com o mesmo tom de amarelo, a outra já era uma filigrana de galhos despidos.
Agora é primavera novamente, e o verde-claro das folhas novas já cobriu completamente uma árvore, enquanto a outra só começa a mostrar que a seiva está subindo, e que ela ainda continua viva.
Tenho pensado nas duas maravilhosas meninas com que meu esposo e eu fomos abençoados. Numa tentativa (fracassada) de evitar a rivalidade entre irmãs, decidimos tratá-las exatamente da mesma forma, para não sermos acusados de favoritismo. Meu esposo chegou ao ponto de copiar o que havia escrito na primeira página de um livro que deu de presente a uma filha, num livro idêntico para sua irmã. O problema foi que ele copiou o nome, também.
Mas, com o passar dos anos, percebemos que cada menina é muito diferente em talentos e necessidades, e agora fazemos nosso melhor para tratá-las de modo apropriado – e diferente, também.
Agora, quando passo pelas duas árvores de bordo, sussurro uma breve oração em favor de nossas meninas singulares e depois acrescento: Senhor, dá-me discernimento para saber como amar cada pessoa com quem me encontro, com uma mensagem especial e apropriada que venha de Ti. E, por favor, ajuda-me a aceitar e tolerar aqueles que talvez Te louvem de maneiras diferentes da minha.
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