sábado, 20 de junho de 2009
JULGAMENTO ALHEIO
Famosos são os julgamentos da História. O de Nuremberg, que o Mundo todo
acompanhou, opinando pela punição dos que barbaramente, durante a Segunda
Guerra Mundial, haviam torturado e matado seres humanos.
O de Jesus, em que se verifica a injustiça gritando alto e superando o bom
senso da justiça e da verdade.
Julgamentos de pessoas famosas que cometeram atos criminosos ou
desabonadores.
Julgamentos de criminosos que, de alguma forma, envolveram pessoas famosas,
como o caso do raptor do filho de Lindenberg.
Em tais processos, sempre a opinião pública se inflama e de alguma forma,
influencia os próprios jurados, de maneira a que esses condenem ou absolvam.
Desde as primeiras idades, quando a chama tênue do pensamento de justiça
acendeu no homem, ele começou a julgar os seus irmãos.
Muitas vezes, o sentimento de justiça ficou empanado pelas paixões e
interesses mesquinhos, levando o homem a cometer erros, punindo seu
semelhante com o cerceamento da liberdade, o confisco de bens e a morte.
Nos dias atuais, prosseguimos a julgar o semelhante com todo rigor, sem
estabelecer critérios e princípios básicos.
Afoitos, opinamos e damos a nossa sentença tão logo a imprensa torne pública
a conduta desta ou daquela criatura, embora desconhecendo detalhes e razões.
E não tememos aumentar um pouco a intensidade da falta cometida, mesmo para
justificar a impiedade com que julgamos e a sentença que proferimos.
Por vezes, a inveja por não ter conseguido alcançar a posição social, o
cargo ou a função do julgado, nos incita ainda mais ao julgamento
arbitrário.
E, mesmo assim, prosseguimos a nos afirmar cristãos. Seguidores de Jesus que
ensinou:
"Não julgueis para não serdes julgados, porquanto sereis julgados conforme
houverdes julgado os outros."
Há necessidade de cultivarmos a indulgência e a empatia. A indulgência para
olharmos os que erram com olhos de quem sabe que o equivocado é sempre um
Espírito enfermo.
Não necessita do nosso frio julgamento, mas do nosso auxílio para superar
sua problemática.
A empatia, a fim de nos situarmos no lugar daquele que julgamos e nos
indagarmos se fôssemos nós os julgados, como nos sentiríamos?
Fosse nosso filho o julgado, como estaria o nosso coração?
A questão do julgamento nos parece fácil, porque os que são trazidos à barra
pública do Tribunal não passam de números. Sequer nos recordamos que são
seres humanos.
Mas são Espíritos imortais, exatamente como nós, e merecem receber justiça,
não impiedade ou a carga das nossas frustrações.
Você sabia?
Você sabia que a autoridade para censurar está na razão direta da moralidade
daquele que censura?
Que, aos olhos de Deus, a única autoridade legítima é a que se apoia no
exemplo do bem?
E que a base da Justiça Divina se assenta na misericórdia de nosso Pai
Criador?
É por esse motivo que Ele nos concede a reencarnação como bendita
oportunidade de reparação de nossas faltas, ao tempo que nos faculta crescer
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