sábado, 20 de junho de 2009



Sem desânimo



Um homem se acha perdido no deserto e a sede o martiriza terrivelmente.

Desfalecido, cai por terra, pede a Deus que o assista e espera.

Nenhum anjo vem lhe dar de beber.

Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e

tomar um dos caminhos que tem diante de si.

Em movimento maquinal, reúne todas as forças que lhe restam e se ergue.

Caminha, e percebe ao longe um regato.

Ao divisá-lo, ganha coragem e o alcança.

Se for um homem de fé dirá: "Obrigado, meu Deus,

pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste.”

Se lhe falta a fé exclamará: "Que boa idéia eu tive!

Que sorte a minha por tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda.

O acaso, às vezes, nos serve admiravelmente!

Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!”

Algumas pessoas dirão: “Mas, por que o Espírito não lhe falou claramente:

segue este caminho e encontrará o que procura?

Desta maneira, teria provado a providência divina.”

Os Espíritos, nossos protetores, não nos dão a resposta pronta e,

sim, nos apontam caminhos, porque nos ensinam que devemos andar

com nossas próprias pernas.

É que devemos confiar em Deus e submetermo­-nos sempre à Sua vontade.

Deus faz conosco como um pai ou uma mãe que vê seu filho cair e que,

sabendo não haver nenhum perigo,

fica à distância para que se levante sozinho.

Se a criança vê a mãe, começa a chorar e não sai do lugar.

Mas se, ao contrário, percebe que ninguém está por perto, reúne suas forças e se levanta.

Qual ocorreu com o viajor do deserto, acontece conosco no dia-a-dia.

Quantas vezes nos sentimos sem forças para continuar a caminhada?

Sentimo-nos exauridos, pois tantas são as lutas no lar, com os familiares difíceis.

Na sociedade, é um amigo desajustado que nos perturba.

No trabalho, é o chefe inconseqüente que dificulta, muitas vezes,

o nosso progresso profissional.

Vem o desestímulo com nossa tarefa de educadores,

com aquele filho que não nos ouve.

Outras vezes, são aqueles a quem buscamos ajudar e

que nos respondem com ofensas.

São tantos os revezes, que sentimos vontade de desistir de tudo.

Falta-nos até mesmo a fé.

Geralmente nesses momentos esquecemo-nos de buscar

forças através da prece. Rogar a Deus que nos ajude a cultivar a renúncia,

pelo bem de todos.

E quanto àqueles a quem fazemos o bem,

não nos cabe esperar elogios nem agradecimento, a exemplo de Jesus.

Agindo assim, estaremos espalhando as sementes do amor,

deixando ao sublime jardineiro a colheita.

"O grande bem de todos é feito nos pequenos sacrifícios de cada um.”

A partir daí podemos pensar numa sociedade mais feliz!


* * *

Não permitamos que o desânimo e a falta de fé se instalem em nossas almas!

Se percebermos que as nossas forças estão se esgotando,

busquemos imediatamente o amparo junto ao coração magnânimo do nosso irmão maior, Jesus.

Ele, que jamais nos abandonou, suprirá as nossas carências,

dando-nos coragem para superar os obstáculos.


Redação do Momento Espírita com base no item 8 do cap. XXVII de

O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e no cap. 35

do livro O espírito de verdade, de Espíritos diversos,

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